Por INFOVATICANA / Ad Sacram 07/12/20.
A tradição conta que no Concílio de Nicéia, São Nicolau, ao se encontrar com Ário, deu-lhe um tapa na cara por ter adulterado a doutrina católica.
Em 320 DC, o bispo de Alexandria convocou uma reunião dos bispos do Egito e seus arredores, na qual a maioria dos presentes concordou em excomungar Ário por sua doutrina errônea que negava a verdadeira divindade de Jesus Cristo. Ário então decidiu fugir para o Egito, onde encontrou asilo e começou a buscar o apoio dos bispos de várias cidades e continuou a transmitir suas idéias às massas.
Em 325, a situação que Constantino encontrou, o levou a encarregar o bispo espanhol Osio de examinar a controvérsia e convocar uma assembleia de bispos em Nicéia. Embora não se saiba ao certo quantos bispos participaram deste primeiro concílio ecumênico, o número acabou simbolicamente fixado em 318, tantos quantos os servos de Abraão que vieram armados para resgatar sua família, segundo o doutor em teologia e especialista em informação religiosa Marcellino. D'Ambrosio no livro Quando a Igreja era jovem: As vozes dos primeiros padres, da editora Palavra.
Naquela reunião estavam Ário e alguns de seus apoiadores, bem como o bispo de Alexandria, que excomungou Ário por violar a regra da fé cristã. Entre os bispos que participaram do Concílio de Nicéia, a tradição indica que Nicolau de Mira, confessor da fé durante a perseguição, também estava presente. Conforme recontado no livro Quando a Igreja era jovem , a tradição diz que o jovial velho São Nicolau, ao se encontrar com Ário no concílio, deu-lhe um tapa na cara. D'Ambrosio observa que, embora essa anedota possa muito bem ser uma lenda, ela ilustra o que um cardeal da Cúria comentou quando Roma estava preparando o Vaticano II: "Um concílio não é uma reunião de escoteiros ".
Em Nicéia, os bispos incorporaram seus ensinamentos redigindo um Credo que todos deveriam aceitar e promover como princípios universais da verdadeira fé cristã. D'Ambrósio enfatiza em seu livro que, até o Concílio de Nicéia, os credos eram usados quase exclusivamente para a instrução e o batismo de novos cristãos e sua expressão literal variava ligeiramente de uma cidade para outra.
Os bispos do Concílio de Nicéia tomaram um credo batismal local e o corrigiram para que as palavras definissem claramente a divindade de Cristo, excluindo a doutrina de Ário. Neste concílio foram condenados os ensinamentos de Ário, incompatíveis com a fé cristã autêntica e aqueles que mantivessem essas opiniões com teimosia seriam excomungados ou anatematizados. Todos os bispos, com exceção de Ário e dois de seus apoiadores, assinaram o Credo.
Comentários