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Menos é mais: porque a renúncia de Marx aumenta seu poder.

adsacram

Por Infovaticana/ Ad Sacram 09/06/21.


Menos é mais: em um curto espaço de tempo, desde a surpreendente carta de demissão do cardeal Marx à frente da arquidiocese de Munique-Freising, surgiram várias interpretações. O que realmente causou a queda do poderoso prelado alemão? Nada, na verdade, porque essa queda não existe; Marx está mais forte agora do que antes, sugere o vaticanista Edward Pentin.


Segundo a versão mais literal e benigna, a causa do pedido de renúncia apresentado pelo cardeal e ainda arcebispo de Munique-Freising seria aquela que ele mesmo expressa em sua carta : arrasado pelo abuso sexual clerical que foi revelado ao longo meio século, em uma iniciativa heróica que pretende ser um exemplo para outros colegas, o poderoso prelado se sacrifica.

Só que isso não faz muito sentido; nenhum, na verdade.


Para começar, porque o próprio Marx está envolvido em um dos casos que o escandalizam tanto agora, em que o sucessor de Marx à frente da Conferência Episcopal Alemã, Georg Bätzing, bispo de Limburg, também estaria envolvido. O arcebispo de Munique é acusado de não ter agido quando em 2006, quando atuou como arcebispo de Trier, havia indicações claras de que um pároco, o padre Fehler, poderia ser culpado de repetidos abusos. Segundo a revista Christ und Welt, o pároco continuou a ter contacto com os jovens e crianças, chegou mesmo a sair de férias com eles e foi denunciado várias vezes. O criminalista alemão Christian Pfeiffer acusa Marx de ser o "principal culpado" da falta de transparência da Igreja no tratamento de casos de abuso.


Tempo e ocasião, então, ele teve o bastante se a razão de sua renúncia for este estado de coisas. Mas se não faz sentido por causa da desculpa pedida, não faz sentido por causa da situação. Nisso, faria sentido e seria um verdadeiro sacrifício se um prelado cuja única fonte de influência e poder era seu quartel-general renunciasse. Este não é o caso de Marx de forma alguma.

E é aí que entra a tese de Pentin: no caso de Marx, seu arcebispado era quase uma distração, sem a qual, ele ficaria livre para se concentrar em tarefas maiores na Igreja Universal.


Marx não renunciou ao seu status cardeal. Marx continuará a fazer parte do exclusivo Conselho de Cardeais que virá a ser a 'Junta' do governo do Papa Francisco. Marx não desistiu de supervisionar as finanças do Vaticano. Ou seja, não renunciou às verdadeiras bases de seu poder; ela simplesmente se dissociou um pouco da igreja alemã para lidar com questões que afetam a Igreja Universal. Se fôssemos buscar um paralelo no mundo secular, seria como um executivo multinacional que desiste de liderar uma subsidiária para se concentrar na sede da empresa.


Por exemplo, sua posição no Conselho de Cardeais. A sua missão, que já se alonga, é a reforma da Cúria que nos será anunciada através de um documento de que já temos o título: Praedicate Evangelium. Ele deve remodelar a Cúria, com a conseqüente 'dança' de nomes, novos poderes e várias defenestrações. E Marx seria completamente livre para ocupar qualquer dignidade que o Santo Padre quisesse impor a ele.

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