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Por Ad Sacram /06/07/22.
Do novo livro do Cardeal Robert Sarah - "Pela eternidade. Meditações sobre a figura do sacerdote." (Ainda sem edição para o português).
"Às vezes se ouve que seria necessário separar o exercício da autoridade do ministério ordenado. Afirma-se aqui e ali que o governo na Igreja pode ser obra de homens e mulheres, leigos, sacerdotes e bispos. Essas afirmações são terrivelmente ambíguas e destrutivas da estrutura hierárquica da Igreja, como o próprio Jesus Cristo pensou e quis. É verdade que há leigos e leigas mais competentes em comunicação, gestão e estratégias de governo do que os sacerdotes. Eles devem receber os papéis corretos de competência e aconselhamento. Mas no sentido estrito, o governo na Igreja não é antes de tudo uma competição, mas sim uma presença, a de Cristo servo e pastor. É por isso que a função de governo nunca pode ser exercida na Igreja por outros que não sejam ministros ordenados."
De maneira mais geral, Sarah pensa na temporada atual como um grande desafio entre a Igreja e os novos poderes do mundo, análogo à reforma gregoriana do início do segundo milênio:
“Essa reforma tinha como objetivo libertar a Igreja das garras das autoridades seculares. Ao interferir no governo e nas nomeações eclesiásticas, o poder político acabou por produzir um verdadeiro declínio do clero. Multiplicaram-se os casos de padres concubinários, dedicados a questões comerciais ou políticas. A reforma gregoriana caracterizou-se pelo desejo de redescobrir a Igreja no tempo dos Atos dos Apóstolos. Os princípios desse movimento não se baseavam principalmente em reformas institucionais, mas na renovação da santidade dos padres. Hoje não há necessidade de uma reforma semelhante a ela? De fato, o poder secular recuperou uma posição firme na Igreja. Desta vez não se trata de um poder político, mas cultural. Há uma nova luta entre o sacerdócio e o império. Mas o império é agora a cultura relativista, hedonista e consumista que se infiltrou em todos os lugares. É hora de rejeitá-lo, porque é inconciliável com o Evangelho”.
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